No bar combinado com o amigo Rubia escolheu uma mesa escondida. Era cedo ainda, o bar estava vazio, mas começaria a encher logo. Aquela mesa ficava atrás de uma coluna grande e só era vista por quem estava no balcão. Queria tomar um café, mas sua semana tinha sido tão cansativa que se resolveu por uma cerveja. Deu dois goles e ligou para o amigo. Não conseguiu falar com ele. Esperou mais um pouco, tentou novamente e nada. Levantou-se para ir fumar na calçada e lá estava ele: sentado, concentrado, lendo seu livro. O cabelo lhe caía sobre a testa e aquela seriedade a atormentava tanto que se sentou novamente e continuou sua cerveja, sem coragem de chegar perto. Tentou novamente ligar para o amigo, sem sucesso e sem saber o que fazer.
Continuou ali, escondida como um bicho acuado, observando de longe seu predador. Ou o contrário: ficou à espreita esperando o momento certo de agir. Ele estava ali por ela, tinha certeza. Ela disse aonde iria e ele ouviu.
Pensou muito. Durante duas cervejas pensou mais do que tivera pensado a vida toda. Como poderia se aproximar? Como saber se aquela conversa toda de cores era realmente sobre ela? Seu telefone tocou. Era o amigo dizendo que estava em outro lugar, pedindo para que ela o encontrasse ali.
Saiu, então, passou pelas mesas na calçada e parou em Miguel. Estava com as mãos na cabeça, parecendo preocupado. Mas a preocupação era tanta que ele nem deu importância pra sua presença.
Perguntar se ele estava bem já era interação social em demasia para ela. Mais uma vez, sem saber o que fazer, comentou sobre o livro e partiu. E se martirizou durante todo o caminho até encontrar o amigo e contar para ele toda a história.
- Tá louca, menina? Você, falando em amor a primeira vista? – Comentou o amigo ao ouvir tudo.
- Eu não falei em amor em momento algum – respondeu Rubia.
- Ah! Mas pra você resolver se desfazer de um livro, que mais pode ser? Qual era o livro?
- O Visconde Partido ao Meio.
- Eu não acredito que você ousou fazer isso!
- É. Nem pensei. Depois me arrependi. Mas me arrependi por não ter anotado meu telefone no livro.
- Só faltava. Se apaixonar no trem. Bom, vindo de você, pensando bem, é possível. Façamos o seguinte: voltemos ao bar onde vocês estavam. Ele pode estar lá ainda.
- Duvido muito. Melhor irmos. Quer fazer o que?
- Adivinha? Com esse calor, tomar uma cervejinha! E almoçar, minha lindinha, porque estou morrendo já.
- Como queira, bonitão. Onde?
- No bar onde vocês estavam.
- Aquilo é bar, não é restaurante;
- Lá tem coxinha, não tem? Coxinha, pra mim, está ótimo!
- Coxinhas, então. Mas só se prometer que, à noite, vai comer meu macarrão.
- Confesso que só vim pra cá por isso. Louco de vontade de comer aquele macarrão empapado que você faz.
Rubia riu do amigo debochado e os dois seguiram para o bar. Ela sabia que não encontraria Miguel. Mesmo assim, pedia baixinho aos céus que estivesse enganada.
3 comentários:
como vc posta outra parte e n me avisa? já disse q estou acompanhando essa história , sorte q passei por aqui e vi, mais já sei, queria testar se eu iria vooltar mesmo, aqui estou , já li e continuo dizendo q vc tem talento escritora ...ruivinha ruivinha só posso dizer q adoro vc, n me mande pra pqp por te adorar ok? Talvez se fizer, quem correrá o risco de se apaixonar será eu(POR VC) ;) ..bjao Will!!
Fofo!
Não vou mandar. Ou vou? Será que corro o risco?
Estou tentada...
Beijo, lindo. Volte sempre.
confesso q prefiro falar contigo pelo msn
vc é simplesmente .........sem palavras ;)
boa noite senhorita
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