quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Lá venho eu de novo com minhas indignações a respeito do ser humano.

Eu faço, abertamente, apologia ao egocentristmo. As pessoas têm de pensar em si próprias antes de tudo. E isso não tem nada a ver com o clichê "se você não se ama, ninguém mais vai amar", e sim com o fato de termos a consciência de que não podemos, de forma alguma, passarmos nossa vida toda tentando cuidar dos outros a despeito de nossas próprias vidas.
Acontece que se colocar em primeiro lugar não implica em falta de caráter. Estar no topo de sua lista de prioridades não quer dizer que você tem que atropelar aos outros. Ser egocêntrico, a meu ver, não é ser o centro de todas as atenções a qualquer custo. É ser o centro de sua atenção, somente.
Não espero que me elogiem, apesar de gostar dos elogios sinceros. Mas não vivo em função disso. Críticas, ouço a todas. Aceito as que concordo. Tenho facilidade em reconhecer meus erros. Só não aceito críticas dos que as fazem pra atingir, não pra ajudar. Não vou me render à pessoas cheias de si mesmas, cheias de preconceitos e prentensões infundados. 
Ter sua atenção sobre o seu ser o faz perceber suas falhas, julgá-las e aperfeiçoá-las se assim achar conveniente. Tem gente que gosta do que os outros pensam ser um defeito.
Eu, por exemplo, sou um tanto antissocial. Não trato ninguém mal, mas confesso que não gosto muito de multidões. Há quem diga que isso é errado, que devo me relacionar bem com todos. Eu penso que, assim, só me aproximo de quem vale a pena. 
De que adianta ter 'um milhão de amigos' se, quando você vira as costas noventa por cento desses 'amigos' se esquecem de você?
De que adianta se encher de orgulho ao dizer que você conhece todo mundo se, na verdade, essa relação com todo mundo é superficial?
Eu tenho amigos de anos, que não vejo nem tenho contato há anos.
Mas se os encontrar, certamente faremos uma festa.
Ontem mesmo encontrei uma amiga de escola, estudamos juntas a partir da 8ª série. Eu precisava voltar logo pra casa, mas esqueci da vida, porque relembramos dos nossos bons tempos de adolescência e marcamos de aprontar alguma um dia desses. 
Eu costumo ir sempre nos mesmos lugares, com as mesmas pessoas. Mas, se me der na telha que eu quero frequentar um outro ambiente, sem essas pessoas de sempre, é só pegar o telefone e escolher pra quem ligar.
E eu não conheço todo mundo. Pelo contrário. Tem apnas uns quinze números na minha agenda. Só que são pessoas que sei que estarão sempre ali.
Por que estou dizendo tudo isso???
Por que podemos escolher nossas companhias. E podemos escolher o tipo de relação que temos com elas.
E todos deviam ter consciência de que essa escolha é valiosa. 
Você pode escolher ter muitos conhecidos e ter relações superficiais. Pode também ter poucos amigos verdadeiros. Pode ter muitos amigos verdadeiros também, por que não? Depende da sua sociabilidade. Eu não tenho muita, confesso.
Mas o mais importante é que, seja qual for sua escolha, a pessoa, mais cedo ou mais tarde, saberá da sua intenção. 
Somos obrigados a conviver com certas pessoas, devido às circustâncias. Mas não somos obrigados a confiar nelas somente por causa de 'laços'.
Vire as costas pra quem você pode realmente contar, só pra bater no peito dizendo que você vem em primeiro lugar. Depois, vá pedir socorro a quem você está tentando esconder, pra ver no que dá.
Feche as portas. Sem problemas. A escolha é sua, você tem esse direito.
Só saiba que dignidade não se finge.

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