De súbito, o silêncio. Seus braços à minha volta diziam muito mais que qualquer palavra.
Calamo-nos e só ouvíamos nossa respiração ofegante e uma música ruim ao fundo, enquanto o sol começava a invadir o quarto, nos fazendo companhia. Somente ele como testemunha.
E de repente me tornei meiga. "Doce, calma, linda e meiga".
Palavras que cortaram o silêncio quando estava perdida tentando imaginar o que ele pensava sobre mim.
De repente a maluca que bebe, joga truco e sinuca, fuma inveteradamente e fala palavrão sumiu e deu lugar a alguém frágil, que só se sente segura à sua presença. A calmaria do quarto disfarçava o turbilhão de pensamentos. As pernas ainda tremiam pelo prazer remanescente, mas o coração desvairado assim estava por dúvidas.
Como é possivel ser tão perfeito? Até onde isso vai? Até quando essa perfeição existirá?
Novamente me perdi. Uma de suas mãos segurava uma das minhas. A outra passeava pelos meus cabelos. E então parecia que estava longe. Preocupada com o desnecessário. Ele estava ali, eu também. Que mais importava? Pensar no que está por vir (ou não) não tinha sentindo. Só aquilo importava.
"Eu te amo!" - ouviu o sol, impassível.
Aos meus ouvidos as palavras ecoaram incessantemente.
"Amanheceu!".
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